
Apresentação
Trata-se de um projeto a ser desenvolvido, de 2013 a 2016, no âmbito da Universidade Federal de Goiás (Programa de Pós-Graduação em Educação e proposta enviada ao MEC para a criação do mestrado em Psicologia), com a colaboração de pesquisadores da UFMG, USP, Unicamp e UVA/RJ.
QUESTÕES
Em que consiste o retorno de Lacan a Freud? Como situar a problemática sujeito-inconsciente-civilização? Por que, na análise, o sujeito pode registrar na rede simbólica que se constrói alguma coisa que, antes, ele não registrava? Por que a análise pode operar sobre isso? Daí, nossa interrogação sobre o real. Que real é esse em que a psicanálise pode intervir? Por que, a partir de Lacan, a psicanálise se dirige a tal conceito e com que consequências? Que articulações se fazem possíveis entre real e gozo?
DELINEANDO UM TRASTEJAR
Há algum tempo, começamos a pesquisar a articulação sujeito-linguagem e, para tal, recorremos à psicanálise, que nos ensinou a rever a Linguística, os estudos literários, a arte e os fundamentos da psicologia e da educação. Agora, o nosso percurso e o nosso posicionamento psicanalítico diante desse entrecruzamento de abordagens exigem como dobradiça da primeira porta a clínica psicanalítica, que implica pesquisar também sobre a estrutura da clínica clássica e sua articulação com as práticas de cura, psicoterapia e tratamento. Esse objetivo, no entanto, não nos impede de continuar a reunir projetos que, tomando a teoria psicanalítica como lugar teórico referencial, buscam discutir os desdobramentos possíveis, como é o caso da articulação profícua, desde que assinaladas suas diferenças e seus impasses entre arte, clínica e outros processos de subjetivação. Nossa atenção se volta, fundamentalmente, para os paradoxos e as questões que permanecem; por isso, em nossa leitura de Freud e Lacan, tomamos como preciosos os pontos de tensão, pontos opacos, contrários a qualquer ideal de resolução.
APÊNDICE PULSIONANTE – ENTRASTE NO CORPO
Por que os sujeitos envolvidos com a arte-movimento geralmente transformam tanto sua relação com o próprio corpo, quanto seus laços sociais e sua realidade? Para pensar essa questão, objetiva-se estudar a noção de corpolinguagem. Considerando, inicialmente, estudos referentes à implantação do significante no corpo, articular algumas consequências de se pensar a constituição do sujeito como “efeito de linguagem” (entendendo que a arte é um processo “privilegiado” de subjetivação). No momento subsequente, dedicar-nos-emos às noções de real e de das Ding, numa articulação tanto com a compreensão do aparelho psíquico (inconsciente), em Freud, quanto com o arcabouço conceitual sobre pulsão e gozo em Lacan, buscando ressignificar “o que é o corpo”.
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